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Artista-Produtora (label: Arrebol Music)

samedi 19 mars 2011

Novo album e musica de trabalho


Em março de 2010, tinha terminado de compôr novas musicas destinadas a um terceiro CD. Uma demo foi feita por mim mesma, onde eu elaborava o clima que desejaria ter nesse novo trabalho. Descobri que um som mais cru era o que eu precisava, tinha tudo a ver com esse novo repertorio.

Fiz a escolha de ser eu mesma minha produtora e provedora, e tive que batalhar por esse projeto, que trazia finalmente a verdadeira essência do meu trabalho artistico. Bolava mil e uma idéias, e uma delas foi determinante para a realização do disco. Uma mini produtora foi lançada em torno do projeto. Ela me dava a liberdade de agir, suprindo as necessidades legais de se auto-produzir na França. Nasce Arrebol Music. Através desta estrutura, pude propôr um contrato aos musicos residentes na França e no Brasil.

Em agosto deste mesmo ano, começamos a gravar. Fiz uso do que aprendi na produção dos meus dois primeiros CDs feitos em Nova Iorque e em Paris, e dos conhecimentos basicos que possuo sobre um programa profissional de produção e edição musical. Munida de um microfone de estudio, de um pré-amplificador e do programa de produção, fui gravando os instrumentos um a um. Começamos pelos violões e a voz guia. Sobre estes violões fui acrescentando os demais instrumentos: viola caipira, flauta, vibrafone, marimba, percussões, baixo, acordeon, teclados, bandolim e cello. Uma parte dos arranjos eu mesma tinha feito, o restante eu fui montando diretamente no trabalho de edição e mesmo nas gravações. Os musicos gravaram varios takes e fui montando os arranjos assim: cortando, copiando e colando as partes como na montagem de um filme ou video. Eu me surpreendia com a facilidade com que estava levando esse desafio. Nas gravações, busquei o som mais acustico possivel, dos graves aos agudos, num nivel sonoro ideal. Os musicos sempre se surpreendiam com a qualidade do som que tirava deles. Foi um momento muito especial, em que desfrutei da amizade, da sensibilidade e da intimidade musical de cada um. Gravamos poucos instrumentos no meu apartamento em Paris, o restante fui gravando na casa de cada um deles. A mesma coisa se deu com as gravações no Brasil.



Em setembro de 2010, eu estava no Rio de Janeiro, onde gravei percussões tipicas do samba carioca em minha composição “Paris”, com o auxilio e a generosidade do pandeirista Netinho Albuquerque. No charmosissimo bairro da Gloria, gravei um duo com minha amiga Flavia Bittencourt em homenagem a nossa primeira parceria, “Flor de Brasilia”. Graças a toda essa mobilidade e desmaterialização do famoso estudio de gravação, me senti muito livre. Mais segura de minhas possibilidades como “engenheira de som” transeunte, viajei para São Luis onde realizei alguns sonhos. Um deles foi gravar com meu irmão, Alvaro Lima, que é baixista, musico auto-didata, muito intuitivo, cuja cultura musical é muito influenciada pelo reggae roots que se ouve no Maranhão. Ele participou de varias faixas. Outro sonho era inserir um sotaque de Bumba-meu-Boi em uma de minhas composições. O percussionista neo-ludovicense Luiz Claudio Farias fez do sonho realidade. A musica escolhida foi “Maritima”, que também foi presenteada com um tambor de Mina na introdução, ritmo e crença que se encontra em declinio atualmente. Com toda essa belissima energia afro-brasileira, resolvi batizar o disco com o mesmo nome da musica.


São Luis me fez mais algumas surpresas agradaveis, que foi a descoberta de musicos talentosissimos. Vibrei com o acordeon de Rui Mario no xote “Fina Flor”, no tango afrancesado “Cri du Coeur” e no neo-forro “Infinito Blue”. Na musica “Madrugada”, parceria minha com o cantor-compositor e grande violonista Marcio Faraco, o bandolim de Robertinho Chinês (18 anos) foi destaque.
De volta em Paris, trabalhei nas musicas “Empty Paradise”, uma brincadeira em que compus letras em inglês e misturei com ritmos arabes e samba-reggae. Aproveitei para fazer alguns pequenos arranjos de cello para "Maritima" e "Empty Paradise". Sozinha no meu quarto, gravei os violões de “Upaon Açu”, que é um reggae bem light em português e francês, bem acustico e cujo titulo significa “Ilha Grande”, nominação dada à São Luis pelos Tupinambas, antes de sua fundação francesa.

Antes de viajar para o Brasil neste ano de 2010, conclui uma parceria com um belissimo artista de Cabo-Verde, Mario Lucio. A canção se chama “Lua de Janeiro”. Para encerrar, escolhi uma musica do mesmo autor caboverdiano, coqueluche das grandes cantoras deste arquipélago situado a 570Km das costas africanas. Essa musica se chama “Um Mar de Mar”, uma maneira de concluir o disco, o qual é minha singela homenagem ao Atlântico, pois através dele desembocamos na miscigenação, vital para a existência de uma multidão de estilos musicais contemporâneos.

Descubra o novo album aqui: http://www.facebook.com/alinedelimaoficial

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